‘Ele fala como se o governo fosse contrário ao aumento e não pudesse fazer nada’, criticou diretor de confederação de trabalhadores de transporte
Após o anúncio de mais uma alta nos preços dos combustíveis, representantes dos caminhoneiros voltaram a responsabilizar o presidente Jair Bolsonaro (PL) pela crise.
À coluna de Chico Alves, no Uol, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista, afirmou que “Bolsonaro continua querendo tirar a responsabilidade dos seus ombros” ao comentar o novo reajuste anunciado pela Petrobras.
A crítica do parlamentar se dá após publicações do mandatário nas redes sociais. “O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, disse o presidente.
Segundo Crispim, a fala de Bolsonaro “é uma mentira deslavada, já que a solução está na sua caneta”. Ele também diz que o corte das alíquotas de ICMS, proposto pelo governo, não vai reduzir o preço dos combustíveis, como afirma o Palácio do Planalto.
“Foi uma armadilha para governadores, prefeitos e povo brasileiro, que viram os recursos para a Saúde, Educação e Segurança Pública reduzidos em favor de investidores internacionais das bolsas de valores, para os banqueiros e para os golpistas que importam combustíveis”, criticou o deputado, que, segundo a publicação, pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para colocar em pauta com urgência um projeto de lei que prevê a criação do Fundo de Estabilização e a suspensão da paridade dos preços da Petrobras aos das empresas estrangeiras.
O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, também questionou as declarações de Bolsonaro, que tenta se esquivar da responsabilidade. “Ele fala como se o governo fosse contrário ao aumento e não pudesse fazer nada”, afirmou. “Só os que idolatram o presidente podem defender o indefensável. Faltam palavras para definir quem tem uma prática completamente separada do discurso”, pontuou