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Governo estuda política de combate à violência agravada com a proliferação de armas

Ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que política deverá integrar as Forças Armadas e a Polícia Federal para conter a escalada da violência, como na Bahia. Facilitação do acesso às armas beneficiou criminosos e o crime

São Paulo – O ministro Rui Costa (PT), da Casa Civil, disse nesta segunda-feira (25) que o governo federal estuda a criação de uma política para combater a violência agravada sobretudo pela liberação de armas no país nos últimos anos. Segundo afirmou ao g1, a medida deverá integrar as Forças Armadas e a Polícia Federal.

“Eu conversei com (Flávio) Dino (ministro da Justiça e Segurança Pública) e queremos uma política conjunta da PF e das Forças Armadas para conter fuzis no Brasil e as armas pesadas também”, disse o ministro, que considera o aumento da violência uma “tragédia em todo o Brasil”. “Piorou muito no governo Bolsonaro, quando teve o liberou geral de armas pesadas, como fuzis”.

Governador do estado da Bahia entre 2015 e 2023, sendo reeleito em 2018, Costa disse também que é preciso “padronizar os números de crimes para comparação”. A referência foi a onda de mortes na região metropolitana de Salvador. Nos primeiros 23 dias de setembro, 46 pessoas foram mortas em operações policiais nas periferias de Salvador. Entre eles, o policial federal Lucas Caribé.

Segundo a polícia, 45 eram integrantes de facções criminosas ou suspeitos de outros crimes. Mas desde 2021 as mortes têm aumentado no estado, que em 2022 liderou o ranking segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Armas na Bahia: 48 fuzis apreendidos em menos de um mês

No mesmo período as forças de segurança apreenderam 48 fuzis no estado, mais que o dobro dos 22 registrados em todo o ano de 2022, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

A opinião de Rui Costa faz coro à do ministro Flávio Dino (Justiça). Nesse domingo (24), o titular da pasta da Justiça e Segurança Pública também associou a violência na Bahia à política do governo de Jair Bolsonaro (PL) de facilitar o acesso às armas e munições. “Infelizmente as organizações criminosas se fortaleceram muito nos últimos anos. Aumentaram o acesso a armas por causa de uma política errada que havia no nosso país”, declarou Dino, que considera a situação como “um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil”.

De 2019 a 2022, o número de brasileiros com autorização para ter arma aumentou 7 vezes. Passou de 117.467, em 2018, para 813.188, em 2022. Segundo especialistas, o acesso facilitado para CACs (sigla para caçadores, atiradores e colecionadores) colocou mais armas em circulação, inclusive nas mãos dos traficantes e do crime organizado.

No início do ano, o governo Lula determinou o recadastramento de armas para os CACs e revogou decretos de Bolsonaro que facilitavam o acesso da população a armas e munições. A partir de então, armas longas, como fuzis, voltaram a ser de uso restrito de forças de segurança.

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