Durante a pandemia, diminuiu a procura pelo exame, o mais comum para a detecção do câncer de mama
Na Bahia, 86% das mulheres em idade elegível não realizaram no ano passado o exame de mamografia, o mais comum para a detecção do câncer de mama, segundo dados da Dasa, a maior rede de saúde integrada do país.
Durante a pandemia, diminuiu a procura pelo exame. Em 2019, eram 78% das mulheres sem realizar mamografia no estado; em 2020, o índice subiu para 86%, número que se repetiu no último ano.
O padrão é observado em todo o país. Em São Paulo, 80% das mulheres não fizeram o exame em 2019, percentual que aumentou para 88% em 2020, e foi a 89% em 2021. No Rio de Janeiro, antes da pandemia, em 2019, 85% das mulheres elegíveis deixaram de realizar a mamografia. Em 2020, esse número chegou a 90%, e em 2021 o patamar foi mantido.
A descoberta da doença ainda em estágio inicial é o principal fator para um desfecho clínico positivo. Se diagnosticado de forma precoce, as chances de cura podem chegar a 95%. Por causa da pandemia, mais de 3 milhões de procedimentos voltados para a detecção do câncer de mama deixaram de ser feitos nos últimos 12 meses na rede Dasa. “Por isso, é muito importante manter os exames em dia”, afirma a Fernanda Philadelpho, médica especialista em radiologia mamária.
Mulheres a partir de 40 anos precisam fazer a mamografia uma vez por ano. Há casos, porém, em que, mesmo antes dessa idade, já é necessário incluir a mamografia na rotina de exames.
“Quem tem histórico familiar de câncer de mama precisa ficar mais atento, já que os estudos mostram que pode haver uma probabilidade maior de desenvolver a doença”, lembra a especialista. “Nesse caso, dependendo do grau de parentesco com a familiar que teve o câncer, o médico pode solicitar a mamografia antes da idade recomendada”, aponta.