O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira (3) para o ator Leonardo DiCaprio, crítico ao seu governo, “ficar de boca fechada”.
Ele já havia tentado polemizar com DiCaprio no Twitter, respondendo ironicamente a uma publicação do ator incentivando brasileiros a tirarem o título de eleitor.
A provocação em rede social repete estratégia de Bolsonaro feita com Anitta no mês passado, quando o chefe do Executivo respondeu a uma publicação da cantora e foi bloqueado por ela, que é declaradamente crítica ao seu governo.
O ator entrou na campanha nas redes sociais para incentivar jovens brasileiros a tirar o título de eleitor, cujo prazo se encerra nesta quarta-feira (4). Na terça, ele chegou a escrever em português no Twitter.
“O DiCaprio tem que saber que a própria presidente da OMC falou que, sem o agronegócio brasileiro, o mundo passa fome. Então, é bom o DiCaprio ficar de boca fechada aí ao invés de ficar falando besteira por aí”, afirmou Bolsonaro a apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro relembrou que DiCpario havia compartilhado, em 2019, uma fotografia desatualizada para falar sobre queimadas na Amazônia. À época, os dois tiverem embate público e Bolsonaro acusou-o de financiar queimadas criminosas no Brasil, o que o ator rechaçou.
A política ambiental do governo Bolsonaro é criticada por ambientalistas pelo aumento no desmatamento e nas queimadas.
A declaração sobre o ator ocorreu em meio a uma conversa do presidente com apoiadores, em que Bolsonaro defende o agronegócio brasileiro e diz que “somos exemplo para o mundo”.
No mês passado, o presidente já havia compartilhado uma publicação da Anitta, também de forma irônica.
A cantora, que tem 16,8 milhões de seguidores no Twitter, bloqueou Bolsonaro e disse que a estratégia dele é ganhar relevância e repercussão na rede social, uma vez que ela tem mais do que o dobro de seguidores que ele.
DiCaprio tem 19,6 milhões de seguidores, patamar superior ao de Anitta.
Já a página oficial de Bolsonaro no Twitter é acompanhada por 7,8 milhões de usuários.
Marianna Holanda e Mateus Vargas, Folhapress