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Dose de reforço reduziu internações nos EUA durante pico da ômicron

Estudos do CDC revelam que a terceira dose também reduziu infecções e sintomas. No Brasil, novo recorde na média móvel e “covidário” em plataforma da Petrobras

São Paulo – Estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos confirmam que quem tomou dose de reforço da vacina contra a covid-19 está mais protegido contra a variante ômicron. A terceira dose teve 90% de eficácia em prevenir internações. E foi 82% eficaz na redução dos atendimentos de emergência. Além disso, a dose de reforço reduziu em 66% as chances dos contaminados apresentarem sintomas da doença. As pesquisas, divulgadas sexta-feira (21), analisaram os reforços das vacinas Pfizer e da Moderna.

Ao todo, os pesquisadores analisaram 88 mil hospitalizações em 10 estados, entre agosto do ano e janeiro. Com apenas duas doses, a eficácia registrada contra a ômicron foi de 81% em até seis meses. Depois disso, esse índice caiu para 57%.

Já a análise sobre o atendimento emergencial abrangeu mais de 200 mil casos nas mesmas regiões. Sobre os riscos de adoecimento, 13 mil pacientes infectados pela nova variante foram observados.

A dose de reforço também foi eficaz para conter o espalhamento da doença. Com três doses, foram registrados, em média, 149 casos a cada 100 mil habitantes. Por outro lado, com apenas duas doses, foram 255 casos para cada 100 mil.

Apesar desses resultado, somente 25% dos habitantes dos Estados Unidos tomaram as três doses, até agora. Além disso, cerca de um quinto da população ainda não aderiu à imunização. “Todas as pessoas não vacinadas devem começar a vacinação o mais rápido possível”, alerta um dos estudos.

“Covidário” em plataforma

No Brasil, os petroleiros denunciaram a “negligência” da Petrobras com o aumento de casos nas áreas de exploração em alto mar. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), a parte externa da plataforma P-52, por exemplo, virou um “covidário”. Trabalhadores contaminados foram confinados na área, inclusive dormindo no chão.

“A plataforma está em surto, assim como várias outras unidades. Enquanto isso, a empresa mantém trabalhadores contaminados à bordo, além de embarques e desembarques de rotina, como se nada estivesse acontecendo”, diz o sindicato, em nota.

“Parece que o negacionismo do presidente se reflete nas plataformas da Petrobras, pois a empresa tem mantido os trabalhadores com teste de covid confirmado a bordo. Em alguns casos, por mais de cinco dias com sintomas gripais”, afirmou o coordenador-geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra. “Qual seria a intenção? Matar os trabalhadores? Os deixarem loucos? Ou só garantir os bilhões aos acionistas ao custo das nossas vidas?”

Nesse sentido, o Sindipetro-NF e a Federação Única dos Trabalhadores (FUP-CUT) acionaram o Ministério Público do Trabalho (MPT), em função das más condições de trabalho. Além disso, o sindicato disse que, ainda nesta sexta, vai registrar um boletim de ocorrência contra a direção da estatal, “tentativa de assassinato”.

Covid no Brasil hoje

Com o avanço da ômicron, o Brasil registrou mais 166.539 novas infecções em 24 horas. Assim, a média móvel de diagnósticos diários avançou para 117.797 nos últimos sete dias, com novo recorde. Os dados são fornecidos pelo boletim diário do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Por aqui, cerca de 15,4 milhões de pessoas foram vacinadas com a terceira dose, segundo dados do Ministério da Saúde.

No mesmo período, 363 pessoas morreram pela covid-19, de acordo com os registros. Como resultado, são oficialmente 622.563 as vítimas da doença, desde o início da pandemia no país, em março de 2020. Com 257 óbitos na média móvel, o país registra o maior índice desde meados de novembro.

SIEL GUINCHOS

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