Os parlamentares da bancada estadual do PP já esperavam que a proposta da criação de uma federação entre o partido e o União Brasil não avançasse neste momento. Embora nenhum dos seis deputados da sigla na Assembleia Legislativa tenha criticado abertamente a possibilidade da aliança, eles torciam para que as coisas ficassem como estão em função do apoio dado ao governo Jerônimo Rodrigues (PP) – já a legenda comandada na Bahia pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto faz oposição.
Nesta quinta-feira (16), um dia após o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, informar que as negociações com o União Brasil estavam encerradas, o líder pepista na Assembleia, deputado Niltinho, disse que as dificuldades para a conclusão das conversas eram grandes. Além disso, ele frisou que, mesmo se a federação fosse oficializada, não haveria mudança de postura dos parlamentares do PP no Legislativo estadual.
“É muito difícil você fazer uma federação ou fusão com dois partidos grandes, embora essa seja a tendência para a eleição daqui a quatro anos. Acredito que teremos cada vez mais menos partidos. Mas essa aliança fica mais fácil entre legendas menores. Quando se trata de dois gigantes, há muitos interesses em jogo em todos os estados. Sempre achei que era muito improvável que as negociações avançassem neste momento”, declarou Niltinho.
“Nós temos um compromisso com o governo Jerônimo e com o ministro Rui Costa (PT), da Casa Civil. Mesmo que saísse a federação, a bancada estadual do PP não mudaria de posição em relação ao apoio (ao Executivo estadual)”, acrescentou. Além dos deputados estaduais pepistas, a maioria dos prefeitos do partido também desejam caminhar na base de Jerônimo, o que inclui muitos que apoiaram ACM Neto em 2022.
Apenas a ala comandada pelo deputado federal João Leão, presidente do PP na Bahia, que tem ainda o secretário de Governo da Prefeitura de Salvador, Cacá Leão, filho do parlamentar, desejam continuar no grupo do ex-prefeito da capital, que articulou pela criação da federação e seria o líder estadual da aliança, como admitiu o deputado federal pepista Cláudio Cajado na semana passada.
Outro representante do PP na Assembleia Legislativa, o deputado Nelson Leal compartilhou da mesma opinião de Niltinho. “O nosso partido já tinha tomado a decisão de reintegrar a base do governo. Isso ficou claro na votação para a escolha da ex-primeira-dama Aline Peixoto ao TCM (Tribunal de Contas dos Municípios). Vamos estar juntos nas demais votações”, afirmou.
Nesta quinta-feira (16), o líder do União Brasil na Assembleia, deputado Marcinho Oliveira, garantiu que as conversas com o PP não estão definitivamente encerradas. Para ele, os entraves ainda podem ser superados. Ele disse ainda que na Bahia não há obstáculos para a aliança.
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