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Debates com povos e comunidades tradicionais são interiorizados na Bahia

Debates sobre políticas afirmativas na Bahia foram destaque na 20ª Reunião da Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT), aberta nesta quinta-feira (14), em Correntina, no Território Bacia do Rio Corrente. O evento, organizado pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), também foi marcado pela adesão do município ao Fórum de Gestores Municipais de Promoção da Igualdade Racial, ato formalizado pela assinatura da titular da Sepromi, Fabya Reis, além do prefeito local Nilson Rodrigues.
A secretária da Sepromi ressaltou que as ações contribuem para a interiorização das políticas reparatórias e estreitamento do diálogo ente sociedade civil e poder público. “Trata-se de uma programação de discussões itinerantes onde ouvimos, nesta oportunidade, os relatos e experiências de comunidades da Bacia do Rio Grande e Bacia do Rio Corrente. Isso nos aproxima da realidade local, somando muito na garantia dos direitos dos povos e comunidades tradicionais da Bahia”, pontuou Fabya Reis. A adesão ao Fórum de Gestores, segundo ela, expressa o compromisso do município em atender demandas da população negra e tradicional.

“Caminharemos de mãos dadas para o reconhecimento, cada vez maior, dos povos e comunidades tradicionais, para que possam continuar vivendo e acessando seus direitos. A interiorização deste debate dá a certeza de que podemos contar vários aliados nesta causa”, reforçou o prefeito de Correntina, Nilson Rodrigues. Ele destacou a atenção à agricultura familiar como uma das prioridades nas cooperações a serem desenvolvidas.

A representante do segmento de fecho de pasto, Euziene Silva, ressaltou que as discussões têm impacto significativo na visibilidade da população que preza, secularmente, pelo modo de viver coletivo. “Estas iniciativas significam que o Estado está presente e tem apoiado as comunidades. É uma troca de conhecimentos e experiências. Aqui temos a oportunidade de trazer o protagonismo do nosso povo”, destacou. “A CESPCT representa, de fato, a diversidade populacional que existe no estado da Bahia, completou Marcos Beltrão, representante do segmento de geraizeiros, defendendo a garantia da água e do território como agenda principal de luta.

A programação do evento, que termina nesta sexta-feira (15), também inclui visitas aos povos e comunidades tradicionais do entorno, exposição sobre a conjuntura na região Oeste e rodas de diálogo com a sociedade civil e o poder público.

A CESPCT – A Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) é uma instância colegiada, de caráter deliberativo, com a finalidade de coordenar a elaboração e implementação da Política e do Plano Estadual de Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia. O grupo é formado por 18 representantes da sociedade civil dos seguintes segmentos: indígenas, ciganos, terreiros, marisqueiras e pescadores, fundos e fechos de pasto, geraizeiros, quilombolas e extrativistas, sendo composto também pelo poder público.

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