Populares param em frente ao condomínio, posam para fotos, às vezes fazem gestos que simulam armas
esde o primeiro turno das eleições, o número 3.100 da Avenida Lúcio Costa, o condomínio Vivendas da Barra, onde mora o presidente eleito Jair Bolsonaro, entrou no circuito turístico do Rio de Janeiro. Ele costuma sair de casa em um comboio de três Mitsubishi Pajeros pretas com vidros totalmente escuros.
Depois de eleito, o sinal de que Bolsonaro vai sair é a chegada de motocicletas de batedores da Polícia Militar, pelo menos seis a cada saída. Um carro da Polícia Federal também passou a acompanhar o comboio.
No último dia 19, foram colocadas grades em volta dos canteiros entre a entrada do condomínio de Bolsonaro e da do prédio vizinho. Um carro da Polícia Militar também está sempre no local.
Além dos jornalistas que fazem plantão permanente no local, protegidos por árvores, a movimentação de curiosos é intensa. Vendedores ambulantes também são assíduos frequentadores.
Papito, cujo nome de batismo não é revelado, é um dos mais conhecidos. Ele oferece camisetas com o rosto do presidente eleito com slogans relacionados a ele, copos e bandeiras do Brasil.
O ambulante disse que teve mais lucro durante a campanha do que agora. “Está fraco. Já baixou a movimentação. Antes da eleição que estava bom. Mas eu continuo vindo, porque a mulher manda, né? Estou desempregado, sem nada pra fazer, então eu venho. A mulher não quer que eu fique dentro de casa”, justificou.
Populares param em frente ao condomínio, posam para fotos, às vezes fazem gestos que simulam armas. Há também os que passam horas em pé no local, à espera de uma oportunidade de entregar flores, mostrar cartazes de apoio e ver de perto o presidente eleito.
Por vezes surgem, personagens em frente ao condomínio, como pessoas vestidas com fantasias do Homem Aranha e Capitão América, que apareceram no local. O local também atrai artistas desconhecidos do grande público em busca de divulgação e manifestantes que protestam por causas específicas.
Neste feriado, um grupo fixou uma faixa no canteiro central da avenida, em frente à portaria, com a frase: “Socorro, Bolsonaro – concursados do Cesd da FAB demitidos injustamente clamam por justiça! Duas décadas sem solução”.
Bolsonaro passou o feriado de hoje (15) em casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, depois de passar os últimos dois dias em Brasília. Ele se reuniu com o pastor Silas Malafaia por cerca de uma hora. Segundo ele, Bolsonaro “está acertando” nas definições para seu governo.
O pastor elogiou as escolhas do presidente eleito para sua equipe, inclusive os nomes anunciados hoje de Roberto Campos Neto para o Banco Central e Mansueto Almeida, que será mantido no Tesouro Nacional.
“Eu acho que ele [Bolsonaro] está acertando. Uma coisa é você nomear, outra é depois o indivíduo exercer a função. Mas ele está com vontade de acertar. Isso é bom”, afirmou Malafaia, que disse que foi “jogar conversa fora” com Bolsonaro.
Segundo Malafaia, os dois conversaram sobre a situação do país: “Falamos sobre o que está acontecendo no Brasil, as expectativas, os desejos dele de mudar a nossa nação, de botar gente competente”. À tarde, o presidente eleito também recebeu amigos, não identificados pelos porteiros que disseram apenas serem árabes.