O Festival Internacional do Chocolate e Cacau, que na sua primeira edição teve dez estandes e três marcas de chocolates locais, chegou à sua 10ª edição com 120 expositores e 40 marcas regionais de chocolate de origem. Encerrado neste domingo (22) em Ilhéus, recebeu cerca de 65 mil visitantes e movimentou R$ 15 milhões em negócios, incluindo, além do próprio evento, a ocupação da rede hoteleira, com 85% de ocupação durante e festival comércio, lazer e serviços.
“Decidimos apostar na produção de amêndoas de cacau de qualidade e de o chocolate de origem, com alto valor agregado. O festival é uma espécie de vitrine, que está dando um novo impulso à economia regional”, destaca Marco Lessa, o coordenador do Chocolat Bahia. Para ele, ”é necessário investir na educação, com inovação, modernização, empreendedorismo, economia criativa. Estamos rompendo um paradigma de décadas, deixando de ser apenas geradores de commodities e chegando ao produto final, muito mais rentável, como o chocolate”.
Chocolates de origem
O produtor Henrique Almeida, que já comercializa a produção no Brasil e no exterior, afirma que “com a consolidação do pólo chocolateiro, os desafios são a manutenção e aprimoramento da qualidade e convencer as pessoas a consumirem o chocolate premium, que não é apenas mais saboroso, mas também mais saudável”, afirma.
Chocolate e turismo
Durante o festival, foi lançada oficialmente a Rota do Chocolate. A primeira estrada temática da Bahia compreende fazendas de cacau, fábricas de chocolate, áreas preservadas de Mata Atlântica, casarões históricos e gastronomia, às margens das rodovia Ilhéus-Uruçuca e Jorge Amado, que liga Ilhéus a Itabuna. Os segmentos envolvidos estão passando por processos de capacitação e captação de negócios, através de parceria com o Sebrae. Entre as fazendas abertas à visitação estão Provisão, Riachuelo, Capela Velha, Yrerê e o pioneiro Chocolate Caseiro de Ilhéus.
O operador de turismo José Humberto Sá Nery vê uma ampliação no mercado do turismo. “Os turistas já estão optando por passeios que incluam a gastronomia e fazendas onde se fábrica o chocolate de origem. É um novo mercado que surge graças ao festival”, afirma.
“Curtimos praias belíssimas, conhecemos o Bataclan, o Vesúvio, a Casa Jorge Amado e pudemos saborear o verdadeiro chocolate. Vamos voltar outras vezes”, disse a advogada paulista Vanessa Souza Campos, que foi a Ilhéus acompanhada do marido e dos dois filhos.
O presidente da Associação dos Produtores de Chocolate do Sul da Bahia, Gerson Marques, apostou na produção de chocolates e no turismo rural. Ele recebe cerca de 2.500 turistas por ano na Fazenda Yrerê, às margens da Rodovia Jorge Amado. “As pessoas começam a se identificar com as nossas marcas de chocolate e ainda há muito que avançar, porque somos cerca de 50 produtores de chocolate num universo de 30 mil produtores de cacau”, diz.