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China promete resposta à decisão dos EUA de vender US$ 1,1 bi em armas a Taiwan

País asiático acusa o governo americano de interferir no que entende como seus assuntos internos

Exercício militar da China perto de Taiwan9/8/2022 Divulgação

A China alertou os Estados Unidos que adotará medidas em resposta à aprovação de vendas de armas para Taiwan pelo governo americano que totalizam mais de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,69 bilhões).

O porta-voz da embaixada chinesa, Liu Pengyu, disse neste sábado (3) que o país se opõe “firmemente” ao repasse, que “prejudica gravemente as relações China-EUA e a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, e pediu a Washington que o “revogue imediatamente”.

Os comentários de Liu acontecem depois que o governo Biden notificou formalmente o Congresso, na sexta-feira (2), sobre as vendas, que incluem até 60 mísseis anti-navio e até 100 mísseis ar-ar.

O Departamento de Estado afirmou que a operação está de acordo com uma política de longa data dos EUA de fornecer armas defensivas para a ilha e descreveu o “fornecimento rápido” como sendo “essencial para a segurança de Taiwan”.

A China, no entanto, acusou os EUA de interferir no que vê como seus assuntos internos. O Partido Comunista reivindica a ilha, uma democracia autônoma, como parte de seu território – apesar de nunca tê-lo governado – e há muito promete “reunificá-lo” com o continente chinês. Se necessário, pela força.

“Os Estados Unidos interferem nos assuntos internos da China e prejudicam sua soberania e interesses de segurança vendendo as armas”, destacou Liu.

“Isso envia os sinais errados para as forças separatistas da ‘independência de Taiwan’ e compromete gravemente as relações China-EUA e a paz e a estabilidade em todo o Estreito”, acrescentou.

Ele pediu aos EUA que “honrem seus compromissos com o princípio de uma só China” e encerrou sua série de tweets dizendo que Taiwan é “uma parte inalienável do território chinês” e alertou que o país asiático “tomará resolutamente contramedidas legítimas e necessárias”.

As tensões aumentaram desde que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, visitou Taiwan no mês passado. O governo chinês havia advertido Pelosi contra fazer a viagem e respondeu ordenando dias de exercícios militares ao redor da ilha depois que ela partiu.

Taiwan pontuou neste sábado que “saúda muito” as últimas vendas de armas e agradeceu ao governo dos EUA por “continuar a implementar seus compromissos de segurança”.

“Em resposta às recentes provocações militares contínuas da China e mudanças unilaterais no status quo e criando crises, a determinação de Taiwan de se defender é extremamente firme”, disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

“Este lote de vendas de armas inclui um grande número de vários tipos de mísseis necessários para fortalecer a autodefesa de Taiwan, o que demonstra plenamente a grande importância que o governo dos EUA atribui às necessidades de defesa de nosso governo”, adiciona o texto.

O mais recente incidente que aumentou as tensões, os militares de Taiwan derrubaram um drone que pairava sobre um de seus postos avançados na ilha na quinta-feira (1°).

Um dia antes, o governo disse que havia alertado sobre drones pairando sobre três das ilhas que ocupa na costa da cidade portuária chinesa de Xiamen.

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