Diariamente, observamos colegas advogados que reclamam da Advocacia. Neste texto, não me refiro às reclamações sobre os privilégios da acusação, as pressões do processo penal midiático ou as violações de prerrogativas pelas autoridades públicas.
Trato, basicamente, das reclamações sobre a Advocacia Criminal em si, como meio de vida e profissão. Sim, refiro-me às dificuldades financeiras e ao desânimo com a falta de progresso na carreira.
Talvez este texto pareça um pouco agressivo ou um choque de realidade para muitos dos meus leitores. Se esse for o caso, creio ser importante destacar que meu objetivo não é ofender, mas apenas ajudar aqueles que estão começando e que, em algum momento, têm dúvidas ou acham que já fracassaram.
Aliás, escrevo este texto pensando no que sofri na minha trajetória, quando achei, por algum momento, que algo estava dando errado, quando, na verdade, eu que estava fazendo errado.
Pois bem.
Iniciar na Advocacia Criminal – ou em qualquer outra área da Advocacia – não é fácil. Há uma concorrência enorme, com mais de um milhão de Advogados. Contudo, também não é algo impossível para quem busca o sucesso diariamente e com determinação.
Lembro-me de ter ido a um órgão público em uma quarta-feira de tarde e encontrado uma pessoa sentada e conversando sem preocupações. Essa pessoa puxou conversa e, depois de algum tempo, estávamos conversando sobre concursos, Advocacia etc., pois ambos exercíamos a Advocacia.
Minutos depois, a pessoa ficou surpresa quando eu disse que pedi exoneração do cargo de Defensor Público para ingressar na Advocacia Criminal. Lembro algumas frases que ele(a) me disse: “você é louco?”, “não dá para sobreviver apenas com a Advocacia” e “todos precisam fazer um bico, pois está impossível viver da Advocacia”.
Alguns minutos depois, comecei a analisar a situação. Alguém que estava sentado(a) batendo papo despretensiosamente numa quarta-feira de tarde estava me dizendo que é impossível sobreviver apenas com a Advocacia. Como assim? Ele(a) estava esperando os clientes caírem do céu?
Qual é a lição dessa história?
Antes de reclamarmos de algo – como o insucesso na Advocacia Criminal -, devemos avaliar se a culpa do fracasso não é preponderantemente nossa.
Em alguns casos, o fracasso não é da Advocacia como carreira, mas sim do profissional que busca o sucesso de forma desidiosa. Caso contrário, não teríamos profissionais bem-sucedidos.
Não desconsidero que há muitos fatores que podem gerar sucesso ou fracasso na Advocacia Criminal. Local em que trabalha, parentes na área, saúde, recursos financeiros… tudo contribui, de alguma forma, para o sucesso.
Contudo, quem ingressa na Advocacia Criminal de modo preguiçoso, deixando o dia passar sem ter ações revolucionárias, está fadado ao fracasso, mesmo que todos os outros fatores lhe sejam favoráveis.
A diferença básica entre sucesso (ou, como dizem, “dar certo”) e fracasso na Advocacia Criminal depende de como o Advogado Criminalista passa o seu dia. Todos temos o mesmo tempo diário. O que nos diferencia é o que fazemos nesse tempo.
Nesse sentido, o Advogado Criminalista pode “buscar” o crescimento profissional de forma passiva, permanecendo no escritório olhando atentamente para o telefone, aguardando que algum cliente descubra a sua existência.
Ou pode ser proativo e tentar inserir o seu nome no mercado como uma autoridade no ramo em que atua. O esforço contínuo, diário e intenso na Advocacia Criminal gera um crescimento exponencial.
Dedicando-se diariamente, por meio da criação de conteúdo, estudos intensos e estabelecimento de alianças e parcerias duradouras e efetivas, o Advogado Criminalista passa a ter uma procura muito maior a cada mês.
Em uma quinzena, será tão procurado quanto foi no mês anterior inteiro. Em seguida, será tão procurado em uma semana quanto foi na quinzena anterior. E assim o crescimento continua, de modo exponencial, até que ele passe a receber mais ligações e e-mails por dia do que recebia tais contatos por mês.
Parece exagero, mas não é. Na Advocacia, sobretudo na área criminal, a regularidade e a intensificação dos esforços geram um crescimento incrivelmente assustador.
Mantendo essa regularidade diária, o Advogado Criminalista terá mais procura profissional e receberá mais convites para palestrar e lecionar, chegando ao ponto em que, para conseguir manter a qualidade, deverá ser seletivo e recusar trabalhos e convites, o que parece ser muito distante da realidade daqueles que ainda permanecem passivamente em seus escritórios, apesar de saberem que temos mais de um milhão de potenciais concorrentes.
Se eu tivesse que deixar uma dica para os jovens Advogados nesta coluna, recomendaria, portanto, que sejam constantes e intensos. Tenham senso de urgência! Pensem, diariamente, se estão fazendo algo pela própria carreira ou se estão apenas reclamando enquanto esperam por algum evento imprevisível.
O sucesso na Advocacia Criminal depende preponderantemente das atitudes do Advogado Criminalista. A cada dia, dependendo de suas atitudes, o Advogado caminha para mais perto ou mais longe do sucesso.
Agir é algo necessário! A inércia consolida o fracasso. Leia, escreva, publique, associe-se, aperfeiçoe-se, procure outros Advogados etc. Enfim, seja constante e faça tudo agora!
Por Evinis Talon
Fonte: canalcienciascriminais