NOVA BAHIA 2024

Barragem em Vitória da Conquista se rompe, e Prefeitura de Itambé pede que moradores deixem suas casas

Rio Verruga, que pode receber enxurrada, já havia transbordado e alagado casas no sábado. Temporais já causaram 17 mortes e deixaram ao menos 3,8 mil desabrigados no estado.

Barragem rompe em Itambé, no sudoeste da Bahia, e prefeitura pede evacuação  de moradores - Folha Livre

A prefeitura de Itambé, no sudoeste da Bahia, anunciou na noite do último sábado (25) que uma barragem da região se rompeu e que uma forte enxurrada deve atingir áreas do município, e pediu que moradores deixem as proximidades do rio Verruga.

A barragem fica no distrito de Iguá, em Vitória da Conquista, cidade a cerca de 58 km de Itambé. Lá, o rompimento não causou maiores prejuízos pois os moradores já haviam sido avisados do risco, segundo a prefeitura.

“Agora é torcer realmente para que não quebre a estrada e não precise interditar a [BR-]116”, disse Sheila Lemos, prefeita de Vitória da Conquista.

A prefeitura de Iguá já estava em alerta pois o rio transbordou na madrugada deste sábado e havia alagado casas. Ao menos 10 casas desabaram, mas não há registro de feridos ou desaparecidos.

Antes do anúncio do rompimento da barragem, alguns bairros de Itambé já tinham registado alagamentos, como o Agenor Novaes, Centro e Sidney Pereira de Almeida. Segundo moradores, foi a maior chuva em 20 anos.

Centenas de famílias estão desabrigadas e desalojadas. A Defesa Civil e prefeitura estão nas ruas fazendo levantamento dos estragos e dando assistência para as famílias desabrigadas. As pessoas estão sendo encaminhadas para colégio do município.

Quase 4 mil desabrigados no estado

As chuvas que atingem a Bahia desde novembro colocaram 66 cidades em situação de emergência e causaram a morte de 17 pessoas, segundo a Defesa Civil do estado. Ao menos 3,8 mil pessoas ficaram desabrigadas e 10.955 ficaram desalojadas (tiveram que abandonar seus imóveis, mas não necessitaram de abrigo).

Na noite de sábado, moradores de dois bairros de Salvador, Castelo Branco e Sete de Abril, foram orientados a deixar as suas casas por conta do risco de desabamento de imóveis e deslizamentos de terra.

As sirenes de alerta depois que o volume de chuva ultrapassou 150 milímetros em 72 horas (veja no vídeo abaixo). “Tivemos o novembro mais chuvoso dos últimos dez anos e dezembro vai superar todas as expectativas”, diz Sósthenes Macedo, coordenador da Defesa Civil de Salvador.

As regiões sul e sudoeste do estado são as mais afetadas pelas chuvas. Em Itororó, o número de desabrigados chegou a 200 neste sábado; em Guaratinga, os temporais deixaram 600 pessoas desabrigadas e causaram o desabamento de 58 casas. Além disso, 25 pontes ficaram danificadas, deixando comunidades em isolamento.

“É uma situação de risco, porque agora são mais locais atingidos. Antes, era uma coisa mais concentrada em quatro cidades e agora, está se espalhando. Então, desa vez é pior”, diz o governador Rui Costa (PT).

Segundo ele, as autoridades ainda estão levantando os estragos, mas já é possível afirmar que há grande número de desalojados em pelo menos 20 cidades. A estimativa dele é de que cada cidade tenha, ao menos 300 pessoas fora de suas casas. “São milhares de pessoas que tiveram de sair de suas casas, porque a água subiu um metro, dois metros, em alguns lugares, até três metros”.

Segundo Costa, o governo federal e 5 estados informaram que enviarão apoio à Bahia: Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão, Paraíba e São Paulo.

SIEL GUINCHOS

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