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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, de forma unânime, elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira (7), fixando o índice em 14,75% ao ano. O novo patamar é o mais alto registrado desde julho de 2006 e marca a sexta reunião consecutiva de aperto monetário por parte da autoridade monetária.
A decisão ocorre em meio a um cenário econômico complexo, com expectativas de inflação desancoradas, atividade econômica resiliente e pressões no mercado de trabalho. Esses fatores, segundo o Banco Central, justificam a necessidade de uma política monetária “significativamente contracionista por período prolongado” para garantir a convergência da inflação à meta estabelecida.
Essa foi também a primeira reunião sob a presidência de Gabriel Galípolo em que o chamado forward guidance — sinalizações antecipadas sobre os próximos passos da política monetária — não estava previamente definido, evidenciando o grau de incerteza enfrentado pela autoridade monetária.
Embora o mercado estivesse dividido sobre a magnitude do ajuste, a maior parte dos analistas já previa uma elevação de 0,50 ponto percentual, diante das projeções de inflação ainda elevadas e do cenário fiscal em deterioração.
No comunicado divulgado após a decisão, o Copom evitou sinalizar o fim do ciclo de alta, indicando que o contexto atual demanda “cautela adicional” e flexibilidade para incorporar novos dados econômicos que possam afetar a trajetória inflacionária.
A próxima reunião do comitê está marcada para os dias 17 e 18 de junho. Até lá, o mercado seguirá atento a novos indicadores que possam influenciar os rumos da política monetária brasileira.