NOVA BAHIA 2024

Autoridades e entidades se manifestam sobre reação de Jefferson contra a PF para evitar a prisão

Ex-deputado federal atirou em policiais que cumpriam mandado de prisão contra ele, no interior do Rio. Ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou prisão após Jefferson desobedecer medidas da prisão domiciliar.

Roberto Jefferson resistiu a ordem de prisão — Foto: Reprodução

Autoridades e entidades se manifestam neste domingo (23) sobre o episódio de resistência à prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson, que teve a domiciliar revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após descumprir medida de proibição de usar redes sociais.

Jefferson atirou em policiais federais que foram cumprir o mandado de prisão na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por fontes da PF e pelo advogado de Jefferson, Luiz Gustavo Cunha. Jefferson é aliado do presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Veja os comentários:

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência

“Eu fui informado que não só trocou tiros como soltou uma granada nos policiais (…). Não é um comportamento adequado, não é um comportamento normal (…) Nós disputamos tantas eleições, tantas eleições, há 50 anos que disputamos eleições, a gente nunca viu uma aberração dessa, uma ofensa dessa, uma cretinice dessa que esse cidadão que é o meu adversário estabeleceu no país. Ele conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa e que espalha fake news o dia inteiro sem se importar se o filho dele está vendo, ouvindo a mentira ou não. É desrespeito pela sociedade. Eu acho que isso gera comportamento como esse do Roberto Jefferson.”

Jair Bolsonaro (PL), presidente da República e candidato à reeleição

“Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP. Determinei a ida do ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio.”

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado

“As atitudes repugnantes que ofenderam a ministra Cármen Lúcia e a deputada Marina Silva, duas valorosas mulheres brasileiras, não representam a nossa sociedade, que busca um país com mais equilíbrio, serenidade e igualdade. Preocupa-nos quantos fatos desses, a todo instante, acontecem com as mulheres Brasil afora sem que tenhamos conhecimento. Puni-los e calá-los é obrigação moral das instituições, principalmente da Justiça Penal. O Estado democrático de Direito confere liberdades ao cidadão, jamais o direito de praticar crimes e violar direito alheio.”

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados

“O Brasil assiste estarrecido fatos que, neste domingo, atingiram o pico do absurdo. Em nome da Câmara, repudio toda reação violenta, armada ou com palavras, que ponham em risco as instituições e seus integrantes. Não admitiremos retrocessos ou atentados contra nossa democracia.”

Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública

“Momento de tensão, que deve ser conduzido com muito cuidado. Ministério da Justiça está todo empenhado em apaziguar essa crise, com brevidade, e da melhor forma possível.”

Hamilton Mourão, vice-presidente da República e senador eleito pelo RS

“Lamento as falas e repudio o episódio envolvendo o Sr. Roberto Jefferson. Tal estado de coisas acontece porque o sistema de freios e contrapesos não está funcionando.”

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador

“Os acontecimentos das últimas horas mostram diante de qual escolha nós estaremos, no curso dessa semana, até o próximo domingo. Um conhecido bolsonarista, delinquente e em prisão domiciliar, grava um vídeo, covarde, machista contra uma ministra do STF. A Justiça toma a medida de recolhê-lo e o que ele faz? Ele atira, dispara tiros contra policiais federais, atinge dois, lança granadas, reage de forma igualmente covarde contra as forças de segurança. É isto que representa o bolsonarismo, é isto que representa Bolsonaro. É contra isso que estamos lutando para devolver a democracia ao país. A esta altura, não se trata mais de manter a democracia, mas de interromper um ciclo autoritário que está em curso no nosso Brasil.”

Sergio Moro (União Brasil), ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e senador eleito pelo PR

“Coisa mais sem noção esse ataque aos agentes da PF. Espero que estejam bem. Minha solidariedade.”

Tania Prado, presidente da Federação Nacional dos Delegados da PF (Fenadepol) e do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo

“Os fatos ocorridos hoje são gravíssimos, trata-se de tentativa de homicídio qualificado praticado contra policiais federais, uma afronta ao Estado constituído, e merece punição exemplar ao seu autor.”

Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal

“A Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudia veementemente o ataque sofrido por policiais federais durante o cumprimento de mandado de prisão, neste domingo (23/10), na casa do ex-deputado Roberto Jefferson, no município de Levy Gasparian, no Rio de Janeiro.

É totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais, em especial no cumprimento do dever legal estabelecido pela Constituição Federal.

A ADPF estima pela pronta recuperação dos policiais federais vítimas desse absurdo atentado. Os Delegados Federais vão acompanhar vigilantes o desdobramento dos fatos e exigirão uma rigorosa punição ao responsável pelas agressões.”

Delegada Raquel Gallinati, presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Sindpesp)

“Por mais que discordemos de decisões de uma instituição de Estado, sustentáculo dos pilares da Justiça, a reação violenta de um ex-deputado federal contra agentes da Segurança Pública jamais deve ser aceita, sob pena de se colocar em risco aquilo que nos é mais caro: a democracia.”

Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef)

“A Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), entidade de âmbito nacional que congrega 27 sindicatos estaduais e representa mais de 14.000 policiais federais brasileiros, vem a público manifestar o seu mais veemente repúdio ao ato de violência praticado pelo ex-deputado e ex-presidente nacional do PTB Roberto Jefferson, o qual recebeu (segundo vídeo de sua autoria postado nas redes sociais), a tiros e granada, uma equipe de quatro policiais do Setor de Inteligência Policial da Superintendência Regional da PF do Rio de Janeiro (SIP/SR/PF/RJ), durante o cumprimento de mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal, vindo a ferir dois policiais federais, sendo uma Agente e um Delegado.

A reação violenta contra policiais é um atentado contra o próprio Estado e uma ofensa incomensurável à ordem jurídica. A inconformidade em face de decisões judiciais deve ser demonstrada no terreno adequado, que são os próprios autos, nos termos da Constituição Federal de 1988, e nunca, através do exercício arbitrário.

A FENAPEF acompanha o caso de perto e prestará todo apoio, por intermédio do Sindicato dos Policiais Federais do Rio de Janeiro (SSDPFRJ), aos colegas policiais federais feridos durante o cumprimento da missão.

Outrossim, a Federação Nacional dos Policiais Federais cobrará das autoridades competentes a rigorosa apuração dos fatos até a efetiva responsabilização criminal do autor pelas múltiplas tentativas de homicídio praticadas contra os integrantes da equipe no exercício da função policial.”

SIEL GUINCHOS

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