Senador amapaense volta ao comando da Casa depois de quatro anos; novo mandato vai até 2027
Com o apoio de 73 senadores, Davi Alcolumbre (União-AP) confirmou o favoritismo e foi eleito presidente do Senado pela segunda vez. A votação foi confirmada neste sábado (1º) e coloca fim aos quatro anos da gestão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O resultado deu uma vitória com folga a Alcolumbre frente aos demais oponentes: Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE) receberam quatro votos cada. Outros dois candidatos estavam inicialmente na disputa, mas retiraram o nome ao longo do processo: Soraya Tronicke (Podemos-MS) e Marcos do Val (Podemos-ES).
A contagem final dos votos colocou o novo presidente no patamar dos mais votados da história. O número recorde é de 76 e foi registrado em duas disputas do Senado: Mauro Benevides (MDB-CE), em 1971; e por José Sarney (MDB-AP), em 2003.
Praticamente todos os partidos formalizaram voto no amapaense: PSD, MDB, PT, PL, PP, PDT, PSB e União Brasil, além do endosso do até então presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Entre outras candidaturas, Marcos Pontes manteve o nome mesmo após pedidos do partido.
Eleição diferente de 2019
Alcolumbre chega ao segundo mandato após uma eleição completamente diferente da primeira que venceu em 2019. À época, ele venceu com 42 votos em um pleito marcado por discussões, bate-boca e que contou até a necessidade de recontagem de votos.
A primeira votação contava com 82 cédulas – mais do que o número total de 81 senadores. O pleito também ficou conhecido como o mais disputado da história.
Ele comandou a Casa entre 2019 e 2021. Alcolumbre não pôde concorrer à reeleição na época porque um parlamentar não pode ter mandatos consecutivos na Presidência do Senado dentro da mesma legislatura.
Ainda neste sábado, os senadores elegerão os demais membros da Mesa Diretora. Os mandatos durarão até fevereiro de 2027. O segundo cargo principal é o de primeiro-vice-presidente, por substituir o presidente em casos de necessidade. Essa cadeira deverá ser ocupada pelo senador Eduardo Gomes (PL-TO).
Trajetória de Alcolumbre
Natural de Macapá, capital do Amapá, o parlamentar tem 47 anos e está em seu segundo mandato como senador. Ele chegou ao Senado em 2015, com 131 mil votos. Em 2022, conquistou a reeleição, com os votos de 196 mil eleitores.
Alcolumbre começou na política no PDT, partido pelo qual se elegeu vereador de Macapá em 2000, com 24 anos. Também foi secretário de Obras do município. Em 2002, foi eleito deputado federal, sendo reeleito por duas vezes.
Em 2006, filiou-se ao Democratas, que se tornou União Brasil mais tarde. Em 2018, candidatou-se ao Governo do Amapá, mas não se elegeu. Como presidente do Senado, ele chegou a ocupar a cadeira presidencial temporariamente durante o governo Bolsonaro, por motivos de ausência do presidente e vice-presidente.
O amapaense não tem formação superior, tendo iniciado o curso de ciências econômicas no Centro de Ensino Superior do Amapá, mas sem concluir. De origem judaica, Alcolumbre chegou a atuar como comerciante.