Gamil Föppel argumentou que o ex-ministro se colocou à disposição das autoridades, mas jamais foi chamado para prestar depoimento.
O advogado Gamil Föppel, responsável pela defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), afirmou que o decreto de prisão preventiva contra o peemedebista é “completamente desnecessário”. Geddel foi preso nesta segunda-feira por, segundo o Ministério Público Federal (MPF), agir para atrapalhar as investigações da Operação Cui Bono, da qual era alvo.
Gamil argumentou, por meio de nota, que Geddel “colocou-se à disposição das autoridades constituídas” e também criticou a investigação. Disse, ainda, que o ex-ministro se disponibilizou sucessivamente a prestar depoimento, mas, “inacreditavelmente, até o presente momento, jamais foi intimado para tanto, revelando uma preocupação policialesca muito mais voltada às repercussões da investigação para grande imprensa, do que efetivamente a apuração de todos os fatos”.
Segundo o advogado, deixou de ser relatado que, mesmo no depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, o empresário “Joesley Batista foi enérgico em pontuar que jamais pagou propina (ou qualquer tipo de vantagem indevida)” a Geddel.
Leia a nota na íntegra:
A defesa técnica do Senhor Geddel Vieira Lima vem registrar sua incompreensão em relação ao absolutamente desnecessário decreto de prisão preventiva.
Decerto, diante da ausência de relevantes informações para sua decisão, inexplicavelmente não relatadas na representação policial, a autoridade judiciária infelizmente laborou em erro. Dessa forma, acabou por não considerar que, desde o momento em que o Senhor Geddel Vieira Lima se viu injustamente enredado no bojo da “Operação Cui Bono”, colocou-se à disposição das autoridades constituídas, para apresentar os documentos que lhe fossem solicitados, assim como comparecer a todos os chamados que eventualmente lhe fossem formulados, inclusive abrindo mão dos seus sigilos bancário e fiscal, assim como do seu passaporte.
Assim, em que pese tenha sucessivamente se disponibilizado a prestar depoimento, inacreditavelmente, até o presente momento, jamais foi intimado para tanto, revelando uma preocupação policialesca muito mais voltada às repercussões da investigação para grande imprensa, do que efetivamente a apuração de todos os fatos.
Ademais, deixou de ser relatado que, mesmo no depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, Joesley Batista foi enérgico em pontuar que jamais pagou propina (ou qualquer tipo de vantagem indevida) ao Senhor Geddel Vieira Lima. Enfim, diante da ausência de relevantes informações, acabou-se por não apreciar os substanciais elementos que comprovavam a inadmissibilidade da prisão preventiva no caso concreto.
Sabedor da sua inocência e confiante na altivez do Poder Judiciário, o Senhor Geddel Vieira Lima segue inabalável na reparação do cerceamento às suas liberdades fundamentais, registrando que, estando custodiado, deposita sua integridade física nas mãos da autoridade policial.
Salvador/BA, 3 de julho de 2017.
Gamil Föppel OAB-Ba 17.828