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Ação para combater violência contra a mulher prende quase 300 homens

Operação da polícia do Paraná ocorre em todo o estado desde o último sábado (2)

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Uma grande operação deflagrada pela Polícia Civil do Paraná, ocorrida desde o último sábado (2), prendeu em flagrante ou cautelarmente pelo menos 278 homens suspeitos de violência contra a mulher -cinco deles por feminicídios tentados ou consumados.

Os dados dizem respeito a casos ocorridos apenas nos últimos sete dias, atendidos pelas polícias Civil e Militar e pela guarda municipal, em pelo menos 25 cidades do Paraná. “É um número estarrecedor”, disse o delegado Alexandre Macorin, um dos coordenadores da Operação Respeito.

No total, até o início da manhã desta sexta (8), haviam sido cumpridas 237 prisões em flagrante e 41 mandados de prisão cautelar, a grande maioria por agressão ou ameaça.

O objetivo da ação é conscientizar a população sobre a violência contra a mulher, e alertar as vítimas a denunciarem as agressões. “O que chama a atenção nesses casos é a reiteração de uma violência que já aconteceu anteriormente. Pedimos às mulheres que, sempre, no primeiro ato de violência, procurem a delegacia. Denunciem. Não se calem”, disse a delegada Bárbara Strapasson.

O Paraná é um dos estados brasileiros com maior número de feminicídios, de acordo com levantamento do CNJ (Conselho Nacional de Justiça): foram 743 casos registrados no judiciário estadual em 2017.

Segundo a delegada Raíssa Scariot, que analisou todos os crimes de feminicídio ocorridos no estado nos últimos dois anos, a maioria das ocorrências acontece na casa da própria vítima, motivadas pelo inconformismo, por parte do agressor, com o término do relacionamento.

É a mesma conclusão do levantamento feito pela Folha de S.Paulo e noticiado nesta sexta, que avaliou casos ocorridos em todo o Brasil no mês de janeiro.

Os policiais responsáveis pela operação destacaram a necessidade de acolher a mulher vítima de violência, e defenderam mais investimentos nas Delegacias da Mulher, especializadas nesse tipo de atendimento. “A violência contra a mulher não é um problema exclusivamente da segurança pública. Ela requer um enfrentamento protetivo. Só vai desaguar na segurança pública quando as mulheres não conseguirem romper esse ciclo de violência”, afirmou a delegada Mariana Vieira, chefe da subdivisão policial de Cascavel, que coordenou a operação desta sexta.

Com informações da Folhapress.

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