Inscrições para o financiamento estudantil estão abertas até sexta-feira (7)
O sonho de cursar Medicina parecia cada vez mais distante quando Ananda Amaral, 23, se matriculou no segundo ano do cursinho pré-vestibular. “Era pandemia, e minha saúde mental estava muito prejudicada”, conta. Sem nota suficiente para ingressar em uma universidade pública, a jovem optou pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e conseguiu financiar 92% da mensalidade em uma particular. O programa do governo federal impulsiona a formação de alunos, mas o preço de ser recém-formado com dívida para pagar é alto.
Metade das vagas é reservada para candidatos inscritos no Cadastro único para Programas Sociais (CadÚnico) e com renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo – o Fies Social. Nesses casos, o financiamento pode chegar a 100%.
Dados mais recentes do Ministério da Educação (MEC) apontam que a Bahia é o terceiro estado com o maior número de contratos pendentes. Eram 65.744 em setembro do ano passado, segundo a pasta. O estado só perde para São Paulo (221 mil) e Minas Gerais (80.040). Quem é aprovado no financiamento, lida com a ansiedade de ver a dívida crescer.
Ananda Amaral está no oitavo semestre de uma faculdade particular em Salvador. A mensalidade da graduação em Medicina é de R$12 mil. “Eu entrei sem saber quando e como vou pagar. Pretendo entrar na residência logo após a formatura e só me preocupar com isso depois”, diz.
“O Fies proporciona acesso aos estudantes que não teriam condições de custear suas mensalidades. Desde 2018, o programa oferece juros zero para aqueles com maior necessidade econômica”, explica o economista Edval Landulfo, vice-presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA).
Veja as principais dúvidas sobre o Fies
Quais são as condições de financiamento?
Os financiamentos concedidos com recursos do Fies, para estudantes com renda familiar per capita de até 3 salários mínimos, terão taxa real zero de juros.
Durante o curso, o estudante financiado deve pagar mensalmente, o valor da coparticipação, que corresponde a parcela dos encargos educacionais não financiada, diretamente ao agente financeiro. Após a conclusão do curso, o estudante realizará a amortização do saldo devedor do financiamento de acordo com a sua realidade.
Quem pode se inscrever?
Poderá se inscrever no processo seletivo o candidato que participou do Enem, a partir da edição de 2010 e tenha obtido média aritmética das notas nas provas igual ou superior a 450 pontos e nota superior a zero na redação. Também é necessário possuir renda familiar mensal bruta, por pessoa, de até três salários mínimos.
Qual curso escolher?
O candidato pode escolher qualquer curso e instituição de ensino, dentre aqueles disponíveis no grupo de preferência, de acordo com o seu perfil e interesse.
Quando começo a pagar?
A partir do primeiro mês após a conclusão do curso, desde que o usuário possua renda. Quando o contratante passar a ter renda, a parcela será descontada na fonte e no limite dos percentuais previstos em portaria.
Caso o estudante não possua renda no momento previsto para o início da amortização do saldo devedor ou em qualquer momento durante o período de amortização, o financiamento será quitado em prestações mensais equivalentes ao pagamento mínimo, na forma do regulamento do Comitê Gestor do Fies.