A iniciativa ocorre em meio a questionamentos sobre a legalidade do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, que teve recursos bloqueados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Um grupo de 36 deputados de cinco partidos que integram a base governista assinou um pedido de impeachment contra o presidente Lula, que deverá ser protocolado na Câmara na próxima semana. Parlamentares do MDB, União Brasil, PSD, Republicanos e PP decidiram se unir ao PL e a outras legendas de oposição para pedir o afastamento do chefe do Executivo. A iniciativa ocorre em meio a questionamentos sobre a legalidade do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, que teve recursos bloqueados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O pedido de impeachment, de autoria do deputado Rodolfo Nogueira (PL), já conta com 117 assinaturas e tem como base supostas irregularidades no uso de recursos públicos. Segundo a oposição, o governo teria cometido uma “pedalada fiscal” ao empregar verbas sem a devida previsão orçamentária. O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) comparou o caso ao impeachment de Dilma Rousseff, que também foi motivado por práticas fiscais irregulares. “Não havia previsão legal para a utilização desses recursos. Isso é um crime contra o orçamento, como foi o caso de Dilma”, afirmou.
Apesar de fazerem parte da base aliada, os partidos dos deputados signatários possuem alas alinhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e já demonstravam divergências com o governo. O União Brasil, por exemplo, detém três ministérios, assim como o PSD e o MDB, enquanto PP e Republicanos também comandam pastas estratégicas. Mesmo assim, parlamentares dessas siglas decidiram apoiar o impeachment, aprofundando a crise na base governista. Nos bastidores, o governo busca conter a dissidência para evitar um desgaste político ainda maior.