SEUL (Reuters) – Parlamentares sul-coreanos apresentaram nesta quarta-feira um projeto para impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, após ele declarar lei marcial e reverter a medida horas depois, desencadeando uma crise política na quarta maior economia da Ásia.
A surpreendente declaração de lei marcial no importante aliado dos Estados Unidos na noite de terça-feira (horário local) causou um impasse com o Parlamento, que rejeitou a tentativa de Yoon de proibir a atividade política e censurar a mídia, enquanto tropas armadas forçavam a entrada no prédio da Assembleia Nacional em Seul.
Seis partidos da oposição sul-coreana apresentaram posteriormente um projeto no Parlamento para destituir Yoon, com votação marcada para sexta-feira ou sábado.
“Não podíamos ignorar a lei marcial ilegal”, disse aos repórteres o parlamentar do PD Kim Yong-min. “Não podemos mais deixar a democracia entrar em colapso.”
Também houve divisões profundas no Partido do Poder Popular, de Yoon, e seu líder pediu a demissão do ministro da Defesa Kim Yong-hyun e a renúncia de todo o gabinete. Kim ofereceu renúncia, informou o Ministério da Defesa.
Yoon disse à nação em um discurso na televisão na noite de terça-feira que a lei marcial era necessária para defender o país das forças antiestatais pró-Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional livre, mas não citou nenhuma ameaça específica.