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Cacau sobe quase 200% no ano e arroba do produto se aproxima dos R$ 1 mil na Bahia

A escassez de cacau no mercado externo desencadeou uma nova alta no preço da arroba, que alcançou R$ 963,00 na praça de Ilhéus, às 15h30 desta quarta-feira (27). O aumento, de quase 200% somente em 2024, reflete uma tendência de elevações constantes desde o início da semana.

No dia 2 de janeiro deste ano, a arroba do cacau era cotada a R$ 327,00, conforme dados da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri). A maior alta registrada até então foi em julho, quando o preço disparou para R$ 896,10. Desde então, os valores vêm subindo, ultrapassando a marca de R$ 900,00 em novembro, agora se aproximando dos R$ 1.000,00.

Mercado internacional

Na Bolsa de Londres, a tonelada de cacau foi negociada a 7.714 libras nesta manhã (27), de acordo com o site Investing.com. Embora não seja o valor mais alto do ano – o recorde foi de 10.137 libras, registrado em abril –, o mercado permanece aquecido devido à baixa dos estoques nos Estados Unidos, um dos maiores consumidores do produto.

Claudemir Zafalon, articulista do Mercado do Cacau, explica que o cenário reflete um misto de fundamentos sólidos e volatilidade típica do período pré-férias. “Embora o mercado esteja aquecido, a falta de notícias significativas e a proximidade do fim de ano reduzem a liquidez e o interesse dos investidores. Isso cria estabilidade de preços, mas com volumes de negociação reduzidos”, analisa.

Impactos para produtores e economia

O aumento nos preços é visto com otimismo pelos produtores baianos, responsáveis por cerca de 70% da produção nacional de cacau, mas também acende o alerta para o impacto nos custos da indústria e no consumidor final. Com os preços próximos de atingir valores históricos, o setor segue atento às flutuações globais e à demanda crescente.

A Bahia, principal polo de produção do cacau no Brasil, reafirma sua posição estratégica no mercado internacional, enquanto desafios como a sustentabilidade e o equilíbrio entre oferta e demanda continuam em pauta. *Com informações do Blog do Pimenta

 

 

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