Brasil tem proposta para a criação de um grupo para intermediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia
O porta-voz do governo russo anunciou nesta 3ª feira (4.abr) que o presidente Vladimir Putin convidou o presidente Lula para visitar o país. Ele também confirmou que Putin se encontrou, na semana passada, com o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim.
Além de assuntos sobre comércio bilateral, Celso Amorim tratou da proposta do Brasil de criar um grupo de países para intermediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
Desde que assumiu a Presidência, Lula condenou a invasão, mas mantém um relacionamento com os dois países. O brasileiro conversou com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por telefone, que também o convidou para uma visita. Na ocasião, Lula respondeu que um acordo de paz facilitaria o encontro.
Para Ricardo Caichiolo, especialista em relações internacionais, o movimento faz parte da busca de protagonismo do Brasil pelo governo Lula: “uma aproximação com Putin é importante para demonstrar para as grandes potências que o Brasil quer ser um protagonista nas relações internacionais e, eventualmente, contribuir para um processo é do estabelecimento da paz entre a Ucrânia e Rússia. Ressaltando que as portas, elas dificilmente estarão abertas, mas que não seria impossível uma tentativa por parte do governo brasileiro de uma certa aproximação e uma oferta de contribuir nesse processo”.
A conversa com a Rússia ocorre às vésperas da viagem de Lula à China, país que manteve apoio ao Kremlin depois da invasão à Ucrânia. Na visita, entre os dias 12 e 15 de abril, devem ser assinados vários acordos de cooperação.
Em Brasília, Lula recebeu, no Palácio do Planalto, 56 oficiais-generais do Exército, Marinha e Aeronáutica que acabaram de ser promovidos. A solenidade representa mais um gesto de aproximação com as Forças Armadas, já que o evento costuma ser fechado ao público e ocorrer em clubes militares.