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Crise hídrica faz Brasil importar energia por 12 vezes o que custa geração solar e eólica

Seca esvaziou os reservatórios das hidrelétricas e o Brasil tem hoje menos geração de energia

Com o avanço da crise hídrica, o Brasil passou a importar energia a peso de ouro de países vizinhos e pagou na semana passada os preços mais altos do ano. O Megawatt/hora (MWh) foi vendido pelo Uruguai por R$ 1.988,48 à Enel, distribuidora com presença em quatro estados; e por R$ 1.944,28 à Eletrobras.

Segundo a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, os valores são mais que 12 vezes o negociado pela energia solar e pela eólica, mais baratas e de menos impacto ambiental que as demais, em dois leilões realizados pela Aneel e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica em julho. Os lances variaram de R$ 120 a R$ 138,50 por MWh no caso da solar; e de R$ 150 a R$ 161,61 por MWh no caso da eólica.

Nas 342 importações feitas da Argentina e do Uruguai entre janeiro e julho deste ano, reportadas ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o preço médio do MWh foi de R$ 1.128 no primeiro caso e de R$ 1.112 no segundo. O MW/h argentino bateu 1895,50 na semana passada.

O sistema brasileiro é interligado ao desses vizinhos, além do Paraguai. A seca esvaziou os reservatórios das hidrelétricas e o Brasil tem hoje menos geração de energia. Por conta do fator meteorológico, e da falta de um planejamento que diversifique a matriz energética, ampliando a oferta de outras fontes, como a solar e a eólica, convive com o risco de um racionamento e de um tarifaço.

Para assegurar o fornecimento, tem sido necessário acionar as termelétricas, mais caras e poluentes, e recorrer às importações. Com isso, a conta de luz disparou. A perspectiva é de que esses recursos de emergência continuem sendo necessários, pressionando a tarifa.

Em longo prazo, para evitar a repetição de crises como essa, uma das apostas é projeto de lei que dá mais segurança jurídica ao consumidor que instala painéis solares e tecnologias semelhantes no próprio imóvel. O texto já foi aprovado na Câmara, após acordo entre governo, congressistas e entidades interessadas, e tramita agora no Senado

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