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Moro defende delações: ‘Melhor alguém condenado do que ninguém’

Em conferência em Portugal, magistrado comparou corrupção ao crime organizado e disse que investigações são ‘anseio da sociedade brasileira’

O juiz Sérgio Moro fala durante as Conferências de Estoril, em Portugal (Patricia de Melo Moreira/AFP)

Responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância em Curitiba, o juiz federal Sergio Moro participou nesta terça-feira de uma conferência em Estoril, Portugal. Ao lado do ex-procurador italiano Antonio di Pietro, um dos investigadores da Operação Mãos Limpas, deflagrada na Itália nos anos 1990, e do juiz português Carlos Alexandre, responsável pela Operação Marquês, Moro falou sobre o combate à corrupção e o uso da delação premiada como ferramenta de investigação.

Para o magistrado, a corrupção como prática disseminada na relação entre políticos e empresários abala a confiança na democracia. “A democracia é fundada em uma relação de confiança entre governantes e governados. Mas em um contexto de corrupção sistêmica, essa relação de confiança é extremamente abalada. Se as pessoas entendem que a prática de crimes, que a trapaça, passam a ser uma regra de comportamento, isso afeta significativamente a confiança que as pessoas mantêm no sistema democrático. Esse é o principal aspecto negativo da corrupção sistêmica”, disse Moro.

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